Céu cinza, caminho de árvore e pingos de chuva

Outubro, quinta-feira, pancadas de chuvas repentinas e já se passam das 18:00.
Eu até gosto de chuva, quando não se tem mais nada a fazer, ela aparece lava a alma e nos coloca a pensar.
Eu, meus pensamentos longes, meu caminho de árvore e meu céu cinza infinito pra pensar.
Como é interessante os pingos de chuva batendo no rosto e se misturando a lágrimas e ao meu lado esquerdo vez ou outra lado direito aquele muro de tantas lamentações e minhas árvores.
É um momento de transição essa passagem por esse lugar todos os dias.
Tem dias que faço aquela caminho e deixo cair alguns pensamentos pelo chão, e todos os dias retornando eu os encontro por ali e acabam entrando na minha bolsa novamente, as vezes pegam na minha mão.
Vez ou outra meus pensamentos fluem tão alto que escapam sorrisos e um leve balanço de cabeça.
E daí você faz aquele feedback do seu dia e me vem a mente aquele trecho de Cazuza:
"Que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser, mesmo se dando mais do que se tem pra receber, por pedir tão pouco e me dar por feliz."
Um passar de mão pelo rosto, os olhos voltam a se concentrar no caminhar rotineiro e dos meus pensamentos e eu volto sempre a olhar para os meus pés, que já caminham por onde querem desviando de poças de chuva vez ou outra de buracos e galhos.
É um mundo tão meu, ninguém pode entrar nele e também ninguém consegue sair, principalmente dos meus pensamentos.
Hoje eu pedi pra que a chuva lavasse a minha alma, tirasse a negatividade das pessoas que pulsavam na minha pele e de quebra coisinhas boas, tipo uma florzinha de cerejeira já era o bastante para mim.
E as brincadeiras e risos se misturam, eu sempre acabo com aquela cara de boba por tudo o que você faz, caras e bocas, gestos e olhares, detalhes que o coração atenta.
Mas no fim tudo o que vale é aquele timbre se esgotando por dentro e aquele fiozinho de brilho do por do sol brincando no céu, como riscos acastanhados de verdes olhos.
De longe eu vejo o caminhar vagado e bem pensado.
É por isso que ela já não anda mais, e desde então flutua com seus balões de pensamentos.










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