Jogando conversa fora
Hoje eu senti saudade daquela época em nós andávamos sem preocupações, gastando sola de allstar e fritando cérebro ao amarrar de diferentes maneiras o cadarço sujo, os esmaltes pretos roídos, pulseiras de spike, cintos de tarrachas, lápis preto nos olhos e infinitas olheiras.
Que saudade dessa época em que não se trabalhava, que se curtia um rock todas as noites na casa de amigos, que não tinhamos boletos e mais boletos de contas, roupa pra ser lavada, trabalhos a serem cumpridos e horários para tudo, casa pra ser cuidada, janta pra fazer, louça a ser lavada, é duro heim.
Mas confesso que também gosto dessa vida, onde faço o que quero na hora que eu quiser, beber uma beer a hora que eu quero, dormir e acordar a hora que quiser nos fins de semana, feriado e férias.
A gente cresce a responsabilidade aumenta, mas sabe que é até gostoso, ser dona do próprio nariz, é bom demais.
Temos nossas perdas, mas ganhamos bastante em outras, até que é charmoso esse negócio de crescer.
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